A Periferia (re)existe

ações mediadoras de Ivo Tavares para representatividade e ressignificação identitária

Autores

Palavras-chave:

Mediação cultural. Mediação da leitura. Ivo Tavares. Identidade-representatividade.

Resumo

Os traços de memória que constituem a identidade dos sujeitos podem ser reconhecidos e evocados por meio dos dispositivos informacionais, dentre esses a fotografia, que neste estudo é considerada um referencial de memória. É reconhecido o papel social dos dispositivos e agentes mediadores que favorecem a formação do sujeito nos diversos contextos socioculturais, subsidiando uma leitura consciente que implica em uma postura transformadora de si e do seu coletivo. Diante desta reflexão, este texto teve como objetivo evidenciar na fotografia e na narrativa de Ivo Tavares vestígios da representatividade e da ressignificação da constituição identitária da periferia de Salvador que transparece práticas da mediação da leitura e mediação cultural realizadas por esse fotógrafo. Para tanto, a pesquisa se caracteriza como descritiva, em que foram adotadas as técnicas de aplicação de questionário junto ao fotógrafo, como também análise documental, sendo o objeto de investigação os registros fotográficos disponibilizados por Ivo Tavares em seu perfil no Instagram. Para análise dos dados foi adotada a abordagem qualitativa, a partir da literatura científica que versa sobre mediação cultural, mediação da leitura, representatividade e identidade. Os resultados apontaram que é necessário que os ambientes socioculturais e de informação sejam cada vez mais diversos e plurais, contemplando e representando as multipotencialidades dos sujeitos-leitores, favorecendo que esses possam expressar suas leituras de mundo e alcançar uma ressignificação em suas ações de interferência em seu lugar de pertencimento e em outros territórios. As fotografias produzidas por Ivo Tavares, podem ser reveladoras de cenários que foram por muito tempo não prestigiados, ao serem ‘camuflados’ por discursos intencionais de criação de barreiras sociais que impõem limites para que o compartilhamento de saberes e práticas socioculturais diversas ocorram. Conclui-se que a mediação da leitura e a mediação da cultura podem propor-se a desvendar lugares, revelar saberes e proporcionar encontros de vozes que precisam ter lugares, mais do que de fala, de escuta. 

Biografia do Autor

Raquel do Rosário Santos, Universidade Federal da Bahia

Docente Adjunto do Instituto de Ciência da Informação da Universidade Federal da Bahia. Doutora em Ciência da Informação pela Universidade Federal da Paraíba.

Ana Claudia Medeiros de Sousa, Universidade Federal da Bahia

Docente Adjunto do Instituto de Ciência da Informação da Universidade Federal da Bahia. Doutora em Ciência da Informação pela Universidade Federal da Paraíba. 

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Publicado

2024-01-03

Edição

Seção

Premiados do ENANCIB