O pensamento da diferença e a mediação da informação institucional em bibliotecas públicas

considerações teóricas sobre mediação de gênero

Autores

  • Murilo Artur Araújo da Silveira Universidade Federal de Pernambuco
  • Sônia Elisa Caregnato Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Leilah Santiago Bufrem Universidade Estadual Paulista
  • Giulia Crippa Universidade de São Paulo https://orcid.org/0000-0002-6711-3144

Palavras-chave:

Mediação da Informação, Teoria da Diferença, Biblioteca

Resumo

Este trabalho utiliza a categoria analítica de gênero, ainda pouco presente na Ciência da Informação, para propor um modelo teórico de mediação centrado na diferença sexual para o acesso ao conhecimento institucionalizado e público. Privilegia-­‐se, nesse sentido, o espaço representado pela biblioteca pública. Pretendemos, aqui, colocar algumas bases para um mapeamento mais amplo sobre as mulheres no papel de protagonistas na produção e circulação de saberes institucionalizados no âmbito das bibliotecas, assim como no papel de agentes que se apropriam da informação: as mulheres denominadas, daqui em diante, com o termo adotado pela C.I. e declinado no feminino de “usuárias”. As questões apresentadas, de natureza teórica, buscam oferecer uma intersecção entre a proposta acadêmica dos Estudos de Gênero chamada Pensamento da Diferença, e os problemas de Mediação que existem dentro do espaço público da biblioteca. O pensamento da diferença discute a hipótese de uma tipologia específica de mediação, fundamentada na ideia de genealogia feminina, negada. Por outro lado, o espaço público, proposto como lugar do neutro, é historicamente moldado em uma genealogia patriarcal. Decorre disso um lapso nas formas e linguagens da mediação da/para as mulheres no espaço público, representado pela biblioteca, onde se assume que o conhecimento e a apropriação da informação se realizam neutramente. A noção de subalternidade oferecida por Spivak (2010) remete à aprendizagem de linguagens e gestos hegemônicos como universais. Todavia, o subalterno, identificado, aqui, com o gênero que envolve profissionais e usuárias, possui linguagens e gestos próprios que, quando reconhecidos, transformam os atos de circulação e apropriação da informação vista não mais como neutra.

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Biografia do Autor

Giulia Crippa, Universidade de São Paulo

Bacharel em Lettere Moderne - Universitá degli Studi di Bologna (1993), Especialista em Arquivologia - Escola do Arquivo de Estado de Parma, 1995), Doutora em História Social - Universidade de São Paulo (1999), Livre Docente em Ciências da Informação - Universidade de São Paulo (2012). Atualmente é Professora Titular da Universidade de São Paulo, Campus de Ribeirão Preto, no curso de Ciência da Informação e Documentação. É professora e orientadora de Mestrado e Doutorado do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da ECA-USP. Foi coordenadora do GT3 - Mediação, circulação e apropriação da Informação do ENANCIB por dois mandatos (2012-2016). Desde 2012 até hoje compõe o Conselho Diretor da Casa da Memória Italiana (CMI) de Ribeirão Preto. É líder do Grupo de Pesquisa do Diretório CNPq BIBLIOTHECA DISCIPLINATA dedicado aos estudos de Bibliografia Histórica. É Pesquisadora do Grupo de Pesquisa do Diretório CNPq PRACTIC - Grupo de Estudos de Práticas Culturais e Tecnologias de Informação e Comunicação. Realizou estágio de pós-doutorado no CSAC ? Centro Studi e Archivio dela Comunicazione (Universidade de Parma, Itália). Desde 2017 é editora chefe da revista InCID. Pesquisa e trabalha principalmente nas seguintes áreas: Memória, Museus e Patrimônio; Mediação da Informação e da Cultura; Bibliografia Histórica; História da Organização da Informação e do Conhecimento; Políticas culturais e da informação. Bolsista de Produtividade CNPq, nível PQ2

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Publicado

2018-06-10

Como Citar

Silveira, M. A. A. da, Caregnato, S. E., Bufrem, L. S., & Crippa, G. (2018). O pensamento da diferença e a mediação da informação institucional em bibliotecas públicas: considerações teóricas sobre mediação de gênero. Tendências Da Pesquisa Brasileira Em Ciência Da Informação, 4(1). Recuperado de https://revistas.ancib.org/tpbci/article/view/208

Edição

Seção

Artigos Científicos