A biblioteca pública na (re) construção da identidade negra
Palavras-chave:
Biblioteca pública, Desenvolvimento de coleções, Memória, Identidade negra, Narrativas orais, Negros na literatura infantil e juvenil, Ação culturalResumo
O objetivo deste trabalho é realizar algumas reflexões a partir de uma experiência em Biblioteca Pública no Maranhão, quando se constatou a insuficiência de materiais informacionais representativos da memória histórica dos afro-brasileiros na coleção, procurando compreender os motivos e as conseqüências desta ausência. A memória aqui é entendida como uma construção social, e a contribuição de Maurice Halbwachs (1990) será nosso ponto de partida. A memória oferece um contexto de atribuição de sentidos para o reconhecimento da diferença, assim a reflexão sobre memória será conduzida no domínio da categoria silêncio e sua política, o silenciamento, tendo como aporte o estudo de Eni Olandi (2007) na reflexão sobre o processo de construção de identidades. As narrativas orais através dos relatos de experiências via oralidade rejeitam o silêncio e nos mostram que a história contada pode ser outra. Assim, apresenta-se uma breve discussão sobre as funções das narrativas orais da tradição pensando como estas podem ser incluídas nos estudos do campo da Ciência da Informação, particularmente na área de Desenvolvimento de Coleções. Para tanto, torna-se necessário analisar algumas das abordagens da Ciência da Informação e de seu suposto objeto a partir das narrativas hegemônicas da área apresentando uma abordagem contemporânea que possibilite pensar esta atividade com outras fontes não impressas tendo a ação cultural como bússola. A biblioteca pública pode incluir as narrativas orais afrobrasileiras quando das ações culturais para tornar viável o desenvolvimento de coleções, exercendo de fato a relação informação, cultura e sociedade. Para tanto, o profissional da informação/bibliotecário precisa estar atento às práticas que desenvolvem no ambiente das bibliotecas, voltando suas ações para a abertura de caminhos que contemplem outras formas de desenvolvê-las, cumprindo o pretenso papel da biblioteca pública de ser “tudo para todos”, isto é, para que de fato se torne democrática.
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